O governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), defendeu que "a direita não tem dono" e que essa ala política precisa moderar o discurso para sair vencedora nas eleições presidenciais de 2026. Na avaliação dele, a ideia de que “alguém é dono de um segmento da sociedade não existe.” A declaração foi dada em entrevista ao Estadão, divulgada na segunda-feira (28).
Para Caiado, cada eleição tem suas peculiaridades. Diante disso, o político defendeu que, em determinadas circunstâncias, as ideias serão apresentadas, mas que não são garantia de vitória. Segundo Caiado, para vencer, é preciso ter “os melhores argumentos”, as “pessoas mais preparadas”, fazer política “na vertente daquilo que a sociedade espera.”
Durante a entrevista, houve o questionamento sobre o fato de Jair Bolsonaro ter feito ataques a Caiado. Sobre essa questão, o governador de Goiás disse que a atitude foi desrespeitosa, deselegante e sem necessidade. Caiado também rebateu dizendo que “não é atropelando as pessoas que vai se construir um processo em 2026” e complementou afirmando que “função de líder não é dividir. A função de líder é aglutinar.”
Ronaldo Caiado: “Me sinto pronto para disputar as eleições presidenciais”
Questionado sobre se já tem nomes de políticos que podem ser seus aliados de direita nacionalmente, Caiado respondeu que esse é um processo que só vai ter alguma definição em julho de 2026 e que há outros pré-candidatos como Romeu Zema (NOVO), governador de Minas Gerais, Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.
Em Goiás, Caiado conseguiu vencedores em 95 de 246 municípios. O resultado corresponde a 39% do total. O correligionário Sandro Mabel venceu em Goiânia contra Fred Rodrigues (PL), apoiado por Bolsonaro.
No Paraná, Ratinho Jr. chegou ao fim das eleições 2024 com 164 correligionários eleitos. Com isso, o PSD vai comandar 41% das cidades paranaenses, incluindo a capital.
O cientista político Eduardo Grin considera que é mais importante para um prefeito ter um governador como aliado, até mais do que um presidente da República. Nesse sentido, ele destaca o peso da participação dos chefes dos governos estaduais como cabos eleitorais nas eleições municipais.
“Mais do que o partido, é a figura do governador, sua performance e avaliação junto à população que influencia. Mas, a questão que importa é que candidatos, sobretudo que concorrem à reeleição, associados à figura de um governador forte no local, gera muitas vantagens para quem ocupa um cargo.”
Em São Paulo, o Republicanos de Tarcísio de Freitas elegeu 82 prefeitos. Número equivalente a 13% de todos os municípios do estado. Com o resultado, a legenda ficou em terceiro lugar na unidade da federação.
Já o NOVO – partido de Zema – conseguiu nove prefeituras em 2024, em Minas Gerais. O número é baixo, mas representa um avanço em relação às eleições municipais de 2020, quando nenhum candidato da sigla venceu.
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