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Alagoas Agricultura Familiar

Hortas Urbanas unem a alimentação saudável ao combate à fome

Ação auxilia na nutrição de várias famílias e no desenvolvimento sustentável

20/10/2024 19h18
Por: Redação Fonte: Agência Alagoas
Hortas Urbanas unem a alimentação saudável ao combate à fome

As folhas verdes e os primeiros legumes chamam a atenção das crianças. Ao sujarem as mãos, elas descobrem que a terra não é apenas o lar de minhocas, mas também o berço de sementes que se transformam em alimentos que vão fazer parte do almoço de dezenas de famílias todos os dias.

Fornecer alimentos frescos e promover uma alimentação mais saudável são alguns dos objetivos do programa Hortas Urbanas, uma das iniciativas do Alagoas Sem Fome, programa inovador do Governo de Alagoas para combater a extrema pobreza no estado.

As Hortas Urbanas criam espaços comunitários onde a população pode cultivar várias espécies de plantas, ampliando assim a oferta de alimentos. O estado já conta com 45 hortas espalhadas por diversas localidades, sendo 43 hortas com colheitas já feitas.

A Horta Urbana localizada na Escola Municipal de Educação Básica Pedro Pereira da Silva, que fica no povoado Olho D’Água, na zona rural de Junqueiro, é um exemplo dessa realidade. Com 152 alunos, a unidade prepara as refeições com os cultivos realizados atrás da escola.

O cultivo reforça o entendimento sobre o desenvolvimento dos alimentos, desde a semeadura ou plantio das mudas até o momento da colheita dos frutos maduros. A aluna da unidade, Eloá Vitória, de apenas 6 anos, disse que amou o novo espaço da escola e, dentre tantas plantas e folhas diferentes, a do tomate foi a mais bonita.

“Eu nunca tinha visto um pé de tomate, achei tão fofinho. A professora me disse que tem berinjela. Nunca provei, será que vou gostar?” questiona Eloá enquanto comia a merenda.

A produção da horta ainda não atende a demanda da escola, mas auxilia bastante na produção da merenda. A diretora da unidade, Adriana Barbosa, pretende ampliar a plantação e fazer com que toda a merenda da escola seja cultivada no local.

A horta da escola conta com plantação de couve-flor, couve, berinjela, batata, cenoura, coentro, cebolinha, pimentão, tomate, pimenta de cheiro, sem falar no pé de mamão e de abacate, além das medicinais, como erva-cidreira, hortelã e capim-santo.

“As crianças adoraram, mas quem fez a festa mesmo com tanta variedade foram as merendeiras, que antes dependiam do fornecimento de verduras do município, e agora podem pegar quando quiserem, a quantidade que puderem”, comemora Adriana.

Com mais de uma década de experiência na cozinha, a merendeira Ana Paula colhe com alegria as hortaliças frescas. Na dúvida de quais alimentos utilizar para não haver desperdícios, ela tenta inovar, seja com receitas clássicas ou até lanches ‘arriscados’ para o paladar dos alunos.

“É tão bonito ver os ingredientes que a gente colhe lá [na horta]. Os meninos fazem fila pra comer quando é salada, omelete de tomate e cebola com cuscuz ou até mesmo bolo de cenoura ou beterraba. Eles matam a fome e ficam fortes e saudáveis. A gente fica feliz demais”, comenta Ana Paula.

Através das hortas, as crianças desenvolvem o senso de responsabilidade e uma conexão mais profunda com a natureza. Os quintais agora fazem parte da realidade de 16 escolas, complementando o conteúdo didático abordado em sala de aula e contribuindo para a alimentação orgânica de centenas de alunos.

 

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